sexta-feira, janeiro 04, 2008

Comentário do dia

Comentário do Dia – 04 de Janeiro de 2008 www.lisboa.ps.pt


Promover e qualificar


Consultando a estatísticas do último censo conclui-se que a cidade de Lisboa tem pouco mais de 550 mil habitantes. Se tivermos em consideração que a Gebalis gere 27 mil fogos municipais espalhados por 70 bairros, os quais albergam perto de 85 mil moradores (recenseados), concluimos que mais de 15% da população da capital reside em bairros municipais geridos pela empresa.

A história da habitação social na cidade de Lisboa remonta à década de 40, quando se constroi o bairro social da Quinta da Boavista. Dizia-se, na altura, que a sua construção se destinava a albergar os "pobres e indigentes", assim mesmo.

Portugal e Lisboa de hoje nada têm a ver com a realidade de então. O país urbanizou-se e a cidade de Lisboa (e a sua área metropolitana) exerceu e exerce uma atracção que fez dela não uma cidade de província, mas de províncias, pela confluência de portugueses oriundos de todo o território nacional. Acrescente-se a estes portugueses os milhares de imigrantes que imprimem à cidade o comopolitismo que todos lhe reconhecemos, e temos este caldo de cultura que é a nossa capital.

Mas porque se concentrou a população na cidade? Certamente porque a cidade representa acessilidade a bens e serviços, a comércio, a cultura, a produção e a negócios: enfim a cidade representa a esperança de empregos mais bem remunerados e de melhores condições de vida. O que nem sempre, convenhamos, acaba por acontecer. A este propósito ocorre-me referir o que diz o Worldwatch Institute no seu "Estado do Mundo- 2007" publicado em Janeiro passado, quando realça que a não se tomarem medidas de desenvolvimento prioritário para acautelar a pobreza urbana no mundo, em 2030 metade dos que nascerão até lá ficará a viver em condições muito precárias, facto que porá em risco a sustentabilidade (em sentido lato) das próprias cidades...

Ora, é precisamente nesta óptica de sustentabilidade das cidadades, em sentido lato, que penso devermos enquadrar as políticas de inclusão, e dentre elas prioritáriamente, pelo menos na minha óptica, a política de habitação social que, curiosamente, se trata de uma política que por essa Europa fora é dinamizada, em primeira linha, pelas autoridades locais.

Entre nós, em Lisboa, o sector da habitação social é um legado incontornável do Partido Socialista , do qual os socialistas se devem orgulhar e no qual se devem rever e, na senda da Lisboa solidária que queremos, há que promover e qualificar o património habitacional construído, tal como os seus residentes.

Luís Marques

Secção do Limoeiro

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